domingo, 28 de março de 2010

O Rei e Eu - Musical encanta


No último sábado recebi um presente  maravilhoso: dois convites para assistir a estréia  do musical “O Rei e Eu” e gostei muito do espetáculo. A orquestra com 22 músicos somada ao figurino -  rico em detalhes - ,  a iluminação delicada e precisa que consegue imprimir dramaticidade em cada cena, impressionam e são uns dos muitos atrativos da montagem e  nos mostra o cuidado e a competência da produção. Mas o ponto alto são os atores, com destaque especial para Claudia Netto que - sem cair no estereótipo -  interpreta uma  inglesa, a educadora Anna Leonowens (26 de novembro de 1831–19 de janeiro de 1915) uma Mulher cheia de covicções e humor sutil , porém não menos inteligente. Com sua voz afinadíssima e presença brilhante de palco, Claudia canta e encanta. Tuca Andrada está bem no papel de Rei do Sião e  as crianças  mostram  grande  carisma e profissionalismo. Outros destaques são o  maestro Jamil Maluf e  Luciana Bueno, cantora lírica que interpreta a personagem Lady Thiang, uma das protagonistas. Apesar de ter sido escrito há mais de 50 anos, o tema se mostra atual  (o que é característica dos grandes textos): Um rei bárbaro e tirano contrata uma professora estrangeira para ensinar inglês aos filhos, com maestria e personalidade a educadora se torna uma referência para as crianças e leva o rei a  grandes dúvidas existenciais. O musical nos remete - entre outras muitas questões -   a refletir sobre a grande força que possui  o educador, que com preparo e ferramentas adequadas pode se tornar em um grande agente transformador.


SINOPSE

Após os premiados sucessos de público e crítica My Fair Lady e West Side Story a Takla Produções prepara a sua mais grandiosa montagem de um musical: O Rei e Eu, de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II, a dupla mais genial da era de ouro do teatro musical americano, criadores de sucessos como South Pacific, A Noviça Rebelde,Carousel e Oklahoma!
O Rei e Eu conta a história do poderoso e carismático Rei do Sião, atual Tailândia, que tinha dezenas de esposas e mais de setenta filhos, e de Anna, professora inglesa contratada para ensinar inglês e um pouco da cultura ocidental aos príncipes e princesas. Charmosa e voluntariosa, Anna passa por sérias dificuldades com as diferenças entre a cultura inglesa e a oriental, mas mesmo assim impõe suas idéias e suas posições, e aprende a compreender e aceitar as cultura e as tradições siamesas, tornando-se parte desta imensa família real, com muito humor, amor, diálogos maravilhosos e um lindo clima de romance no ar, embalado por músicas deslumbrantes.
Baseado no romance original Anna e o Rei do Sião de Margareth Landon, que inspirou dois filmes, Anna e o Rei do Sião (1946, com Rex Harrisson e Irene Dunne) e Anna e o Rei (1999, com Jodie Foster), além da versão cinematografica do musical, que imortalizou Yul Brynner e foi vencedora de vários Oscar®, O Rei e Eu é um espetáculo para toda a família que conta com um elenco de mais de 60 atores, incluindo 15 crianças, 500 figurinos orientais e ocidentais e 10 cenários grandiosos.

Para os que ficaram com água na boca e não poderem assistir o musical,
 em 1999 Jodie Foster interpretou Anna no filme "Anna e o Rei".


sábado, 20 de março de 2010

Construindo o futuro

Alunos do curso de Criação e Produção Gráfica 
(Universidade Cidade de São Paulo - UNICID) 
Na apresentação da Revista Fala Aí! Projeto busca divulgar a 
cultura popular através de várias manifestações.

A herança do negro no Brasil

Com a discussão do sistema de cotas em pauta pela mídia, vale a pena pesquisar os autores que debruçaram sobre a questão do negro no Brasil. Um deles é o ensaísta Haroldo Costa,  que em entrevista ao programa "Espaço Literatuta",   fala sobre o livro Fala Crioulo - O que é ser negro no Brasil, onde organizou depoimentos de negros de vários setores. Ele comentou trabalhos anteriores sobre o assunto. 


Sobre o livro: 
Em 1982, Haroldo Costa reuniu depoimentos de nomes representativos do sangue negro, de classes sociais e culturais diversas, sobre suas expectativas e desesperanças em um país em que seus ancestrais chegaram como escravos. O resultado foi o livro Fala, crioulo, um verdadeiro ensaio sobre o tema. Quase 30 anos depois, o autor relança a obra, com novos testemunhos que enfocam a mesma questão: o que é ser negro no Brasil.





Título: Fala, Crioulo
Subtítulo: Que é Ser Negro no Brasil, O
Editora: Record
Assunto: Biografias, Diarios, Memorias & Correspondencias
ISBN: 9788501083258
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 2
Número de Páginas: 264


quarta-feira, 10 de março de 2010

(Des)esperança na Política

O que está acontecendo com (ex) governador de Brasília é algo sem precedentes no Brasil. Será um sinal de mudanças? Como um tratamento homeopático, cura as mazelas com o uso de uma quantidade pequena de remédio, o país pune Arruda e sua corja, mas será o primeiro passo, ou um ato isolado? Vale lembrar o escândalo do painel eletrônico, se não me engano em 2002, Arruda jurou inocência, chegou a chorar em um discurso. E eu acreditei nele. Dias depois chegou à confirmação que ele estava envolvido. Isso me marcou de uma forma tão negativa. Foi o último suspiro de esperança na integridade dos políticos de Brasília. Com esses novos acontecimentos, ela, a minha esperança, renasce. 


Olhar Estrangeiro

Apesar da globalização e das facilidades que o mundo contemporâneo tem para se comunicar (Internet, TV a Cabo, só para citar algumas), ainda hoje o Brasil é visto através de estereótipos. O objetivo desse texto é refletir sobre essa visão dos estrangeiros sobre os brasileiros, seus hábitos e costumes. Para isso vamos usar como principal referência o documentário “Olhar Estrangeiro” produzido em 2006 por Dudu Miranda, Lucia Murat, Luis Vidal e Paula Abou-Jaoude. Para traçar um parelo com o documentário citado, vamos trazer algumas opiniões e matérias referentes ao assunto, com objetivo de explicar as origens dos clichês e estereótipos que se avolumam pelo mundo afora sobre o Brasil.
A visão dos estrangeiros sobre os brasileiros, seus hábitos e costumes sempre foi estereotipada através de clichês e lugares comuns. Os meios de comunicação de massa (MCM), em especial o cinema, tendem a mostrar uma visão fantasiosa e na maioria das vezes completamente errada. Como se dá essa visão e quais os seus interesses, são uns dos aspectos a serem analizados nesse texto.
Não poderíamos iniciar de forma diferente se não citando o documentário “Olhar Estrangeiro” de Lucia Murat, um filme sobre os clichês e as fantasias que se propagam pelo mundo afora sobre o Brasil. Baseado no livro “O Brasil dos gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário mostra a visão que o cinema mundial tem do país. Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles), o filme, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores, desvenda os mecanismos que produzem esses clichês. Analisando o filme constatamos que mesmo pessoas que vivem em países com alto nível de desenvolvimento, como França, Suécia e Estados Unidos, estão propensas a utilizar critérios usados pela indústria do cinema para se referir aos brasileiros. Esse conceito fica claro se analisarmos as entrevistas contidas no filme. Essa falta de interesse em divulgar o real brasileiro é uma questão que envolve também aspectos comerciais. Os produtores americanos não  estão interessados em divulgar a cultura do país, o interesse está no fascínio que as pessoas têm pelo Brasil, como os clichês de exótico e sensual já estão no imaginário dos americanos, ao precisar de uma locação com essas características, Hollywood não hesita e cita o país.
Partindo da proposta do documentário de Lucia Murat, visamos discutir como o Brasil vem sendo apresentado ao olhar estrangeiro através de notícias publicadas nos veículos de comunicação internacionais.
O portal de notícias alemão, DW-World , publicou na edição do dia 01/10/2006 uma entrevista com a tradutora Ray- Gude Mertin, onde entre outras declarações, afirma que “os clichês prejudicam a difusão da literatura brasileira”.
Segue trecho da entrevista:
“Me ocorreu há pouco que o problema do Brasil tem, se comparado a Portugal, é que ele está muito mais prejudicado pelos clichês. Samba, candomblé, futebol e as mulatinhas da Bahia continuam prevalecendo, enquanto que Portugal é encarado como um país à margem da Europa, coisa que a gente não agüenta mais escutar. Tudo bem que um leitor goste de Jorge Amado, que goste de ver coisas diferentes, exóticas, e queira ler algo sobre os trópicos. Não vejo problema nisso desde que não prejudique a literatura, que não a limite. O ideal seria que um livro pudesse ser aceito por ser uma boa obra literária, independentemente de sua origem geográfica. O problema é encontrar editores que pensem assim."
O mesmo portal publicou na data de 08/06/2005, um artigo da revista alemã Der Spiegel, que fez uma crítica a primeira biografia do atacante da seleção, Ronaldo. Segundo a revista, o livro “Ronaldo!” de autoria do jornalista inglês Wensley Clarson e publicado pela editora Bombus, de Munique, comete equívocos grosseiros, como por exemplo, grafar incorretamente a maioria dos nomes brasileiros, repetir os mesmo clichês sobre os jogadores de futebol ( quando afirma que Ronaldo teve uma infância miserável e passou fome, além de ter morado na favela, o que não ocorreu na verdade), além de dizer que a Barra da Tijuca situa-se ao lado da favela Jacarezinho e o Leblon fica nos arredores da cidade do Rio de Janeiro.
Já na mídia espanhola, foi publicado recentemente matérias sobre o Brasil insinuando que tudo se define em dançarinos de samba, prostitutas, traficantes e gigolôs, sem constatar a má qualificação dos brasileiros. Porém a mídia espanhola deixa em destaque que essa visão nada mais é do que a construção da péssima propaganda institucional, somente com o intuito de conseguir turismo dos próprios brasileiros.
No jornal britânico,  The Sunday Times, chama à atenção o Título “Guia para o país mais quente da Terra". Realizando um guia prático do Brasil, dando ênfase na moda brasileira, cinema como os filmes “Cidades de Deus“ e “Carandiru”, hábitos brasileiros ligados ao sexo, dicas de comportamento praiano, e o grande sucesso das telenovelas.  O Jornal ainda destaca a grande importância da política para o cenário internacional, e afirma que o Brasil ainda não é o País do futuro, mas está no caminho certo.
A construção da imagem positiva de um país constitui um fator crucial para seu posicionamento no cenário internacional. A globalização torna cada vez mais acessível a informação sobre diferentes culturas.
O Brasil, entretanto, ainda é assombrado pelos clichês que a mídia internacional sustenta, apesar das inúmeras áreas de destaque e desenvolvimento do país.
Com base nessa pesquisa, relatamos que as publicações revelam imaginários sobre o Brasil, na verdade um imaginário sendo construído, em quanto o próprio país passa por transformações estruturais de crescimento.  Os relatos analisados têm deixado claras as limitações da visão estrangeira, pois esse olhar ocasiona um estranhamento, construindo uma imagem muitas vezes inexistente.
O Brasil é um país de uma rica diversidade, um país de extremos, onde os estereótipos estão constantemente presentes. O que o filme “Olhar Estrangeiro” propõe é a desmistificação desses conceitos, criticando principalmente os profissionais da mídia, os formadores de opinião, que trabalham sem pesquisar a realidade de uma cultura e principalmente sem respeitar sua identidade.