quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eduardo e Monica - Plágio Publicitário

Sucesso absoluto - Eduardo e Monica - é considerado um dos maiores plágios da história da publicidade Tupiniquim. Há alguns anos a música serviu de tema para campanha da ATL. O que eu acho? Nota 10 de resultado - é um dos vídeos mais acessados no youtube - e Nota 1,5 de criatividade. A música é um roteiro pronto e, apesar de toda tecnologia desprendida para fazer a peça, não gostei do resultado. Não há inovação ou qualquer tentativa de releitura da obra de Renato Russo. By the way, o que será que o líder da lendária banda acharia de tudo isso? Os que conheceram o ícone dizem que não apoiaria a idéia de jeito algum. Pudera, contestador da influência americana em terras Brazucas, Renato escreveu o que melhor se cantou na década - que até há pouco tempo era perdida e agora só se revisita - Que país é esse?!! Bradaria o letrista e vocalista.
Só lamento que um hino da música de fogueira tenha se tornado mais uma peça publicitária. Com certeza cada pessoa que foi adolescente nos idos de 1980 tem essa estória em sua cabeça, como em um filme - outro exemplo é Faroeste Caboclo.
Algumas reações também me surpreende, li muitos comentários de pessoas que acharam a peça publicitária uma obra de arte. Na minha opinião ou é Arte ou é publicidade, não podem ser a mesma coisa. Pelo simples fato de que não se usa Arte para convencer às pessoas à consumirem produtos ou, trocando em miúdos, qualquer Arte perde o seu valor quando é usada para fins publicitários.
Simple like that!

Não vou postar o vídeo, quem quiser que procure no Youtube.





sábado, 11 de junho de 2011

Trair e Coçar é Só Começar

O que dizer de uma peça que está à mais de 25 anos em cartaz com absoluto sucesso de publico e crítica? Seria lugar-comum mencionar que para tanto o texto deve ser ótimo e os atores excelentes? Pois não existe outra maneira de descrever à comédia “Trair e Coçar é Só Começar” sem usar os adjetivos hilariante e ótima. Escrita em 3 dias e 3 noites pelo autor, diretor e ator Marcos Caruso – muitos não ligam o nome à pessoa, mas trata-se de um dos grandes atores brasileiros. A peça já foi vista por mais de 6 milhões de pessoas em mais de 9 mil apresentações. Com texto ágil em situações corriqueiras, o espetáculo mostra o dia-a-dia de uma emprega doméstica em um condomínio classe-média. Olimpía é o fio condutor da comédia e já foi interpretada por inúmeras atrizes – entre elas Denise Fraga – atualmente Anastácia Custódio esbanja talento na pele da maliciosa e desajeitada empregada. A atriz divide o palco com um elenco afiadíssimo e brinda à platéia com um primor de interpretação.

Com grande influência no gênero Vaudeville, o espetáculo é garantia de ótimas gargalhadas do inicio ao fim. Considerada como um dos maiores sucessos do teatro brasileiro “Trair e Coçar é Só Começar” foi presença no Guinness Book nas edições de 1994, 95, 96 e 97 como a mais longa temporada ininterrupta em cartaz do teatro nacional. O espetáculo também foi agraciado com Prêmio Quality Cultural de 2005.

O cinema contou a estória em 2010 com elenco global. Mas, aqui entre nós, nada se compara ao espetáculo ao vivo e o teatro carrega uma atmosfera que é capaz de tornar às estórias mais verossímeis e às experiências mais interessantes.

No elenco da temporada atual estão: Anastácia Custódio, Sergio Rufino, Nabia Vilella, Carlos Mariano, César Pezzuoli, Samantha Caracante, Carla Pagani, Mario Pretini e Osmiro Campos.

Local: Teatro Bibi Ferreira

Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 931 - Bela Vista - São Paulo - SP

Tel.: (11) 3105-3129

Sexta às 21:30 / Sábado às 21:00 / Domingo às 20:00

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fernando Pessoa – Pedras no Caminho

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
Mas não esqueço de que minha vida
É a maior empresa do mundo…
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
Se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
Um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “Não”!!!
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

terça-feira, 12 de abril de 2011

A tragédia em Realengo

O triste acontecimento da semana passada deixou todos nós perplexos, tamanha foi à crueldade do assassino. Um clima de velório tomou conta do país. Os relatos de que o homicida apontava preferencialmente à cabeça das crianças nos faz imaginar diretamente nossos filhos e entes queridos em tal situação. Com uma frieza incomensurável, o jovem atirou em inúmeras crianças. O autor da tragédia tinha características semelhantes aos psicopatas – anti-sociável, fechado, infeliz sexualmente. A humilhação do “bullying” somado ao fanatismo religioso são destacados como possível explicação para o desequilíbrio do autor dos disparos. Muitos defendem que caso houvesse um policial guardando a Escola nada disso teria acontecido. Argumento que eu discordo dada à premeditação do matador, ele teria assassinado o policial da mesma forma cruel que o fez com as crianças. Sendo assim, o que inquieta é a pergunta: Como evitar fatos lamentáveis como esse? Acredito que não exista medida que iniba tal comportamento, esse jovem vem alimentando esse sentimento de ódio e loucura por muito tempo e planejou tudo – é só atentar para o fato dele estar portando dois revolveres e carregador de balas. Nesses momentos procuramos traçar paralelos com outros fatos semelhantes e nos vêm à cabeça os atentados nas escolas americanas. É um esforço para entender o que aconteceu, essa tentativa – que se torna um exercício inútil – nos limita à apenas rechaçar a crueldade de um jovem com sérios problemas estruturais. Quando despejamos toda a nossa indignação em acusações alimentadas pela mídia, não nos atentamos ao exercício da reflexão – O que realmente está acontecendo nas nossas Escolas? Continuamos caindo nas mesmas armadilhas do lugar-comum. O debate que cerca a sociedade se restringe em encontrar culpados e escanteia tudo que não seja voltado às acusações. É uma caça às bruxas com incentivo de 24 horas na televisão, radio, revista e jornal. Existe uma velha discussão de quem dá às cartas na relação entre nós e a mídia: Afinal, pautamos a mídia ou é a mídia que nos pauta? Diferentemente dos que pensam que existe uma troca e que o consumidor de informação tem muitas opções, eu não tenho dúvidas, a mídia pauta nossas vidas. Mas não somos capazes de refletir sem o auxílio/manipulação dos veículos de comunicação? Nesse momento de dor somos induzidos a buscar soluções paliativas, como se o problema de segurança e Educação fosse algo simples de se resolver. Podemos achar muitos culpados: A perda de valores da sociedade atual, os desencontros com Deus, a falta de estrutura da família, etc. No entanto, esquecemos que nós, como sociedade, exigimos um padrão único que tem no belo e no vencedor os seus modelos, humilhamos quem não se encaixa nessas características obrigatórias. Isso sem falar na cultura de aparências em que vivemos, segundo a qual todo mundo tem obrigação de andar na moda. São esses os valores mais fortes na sociedade atual, baseado nesses preceitos deixamos a Escola de lado. É simplesmente uma vergonha o que se paga para um Professor de Escola pública – para citar apenas um dos inúmeros problemas. Fazemos vistas grossas para essa anomalia, como se a Educação na Escola fosse uma mera fase da infância. Pois não é. Os valores que levamos por toda a nossa vida são implantados de forma decisiva na Família e na Escola e dada a rotina insana que vivemos hoje em dia, a instituição Escola deveria ser a mais privilegiada das instutições – Afinal é lá que estamos construindo as novas gerações e definindo o nosso Futuro como Sociedade. E nesse aspecto caímos novamente no lugar-comum quase que ingênuo de transferir toda a responsabilidade para o Estado. Vemos o governo como solução de todos os nossos problemas e o que é pior, no Brasil, o presidente tem status de Messias, o que irá salvar todos das injustiças e mazelas da vida. Simplesmte transferimos nossas responsabilidades de criar uma Sociedade mais justa com oportunidades iguais para todos. Continuamos a competição desmedida e cruel que é regida pela aparência e ostentação. Essa tragédia é uma oportunidade para refletirmos – se possível sem a intervenção da mídia - sobre qual Sociedade queremos: A do espetáculo, onde pão e circo – somadas à aparência – são indispensáveis ou uma Sociedade com valores calcados no respeito às diferenças e com a Educação como alicerce na construção das relações.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Importância da Música na Infância

Após algum tempo sem postar, volto ao blog para escrever sobre a importância da música no desenvolvimento da criança. Esse interesse pela música na vida das crianças se deu através do meu filho Lucas, que no final do ano passado me surpreendeu com o pedido"Pai, quero um um violão de presente". Não preciso dizer qual foi a alegria que esse pedido me trouxe. Desde de então venho me interessando sobre o assunto. Descobri que o ensino de música na infância tem muitos benefícios, inclusive na vida escolar da criança. Segundo estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo de matemática. A valorização do contato da criança com a música já era existente há tempos, Platão dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Hoje é perfeitamente compreensível essa visão apresentada por Platão, visto que a música treina o cérebro para formas relevantes de raciocínio.

Cabe a reflexão para pais e principalmente educadores, buscando inserir a música no seu planejamento, bem como criar estratégias voltadas para essa área, incentivando a criança a estudar música, seja através do canto ou da prática com um instrumento musical, isso desde a educação infantil.

Fonte: http://www.educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/a-importancia-musica-no-processo-ensinoaprendizagem.htm

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Caminhos da Educação

O investimento publico em Educação chegou a 5% do PIB e é o maior registrado na história da país. Segundo palavras do próprio ministro, Fernado Haddad: “Estamos ficando alinhados com o que ocorre nos países desenvolvidos”. Haddad se refere ao padrão de investimentos dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que gira em torno de 6%.

Com investimentos dessa amplitude, a questão que ocorre é instantânea: Por que não conseguimos melhores resultados ? O Brasil amarga um dos piores índices de Educação do mundo. É possível, através de investimento maciço, conseguir resultados de países como a Finlândia, onde desde de 1920 não existe analfabetos? Nessa mesmo período o Brasil tinha menos de 20% população nas escolas. Pesquisas mostram que os finlandeses compram, em média, 18 livros por ano. Entre os programas mais assistidos na TV estão documentários e noticiários. A programação estrangeira não é dublada e sim legendada, para que as línguas se tornem familiares. E o professor ainda é um dos profissionais mais reconhecidos e admirados da sociedade - como um dia foi no Brasil.

Com tanto dinheiro investido, quais são as razões para o Brasil obter resultados tão pífios. Podemos copiar modelos de sucesso – como o da Finlândia – para conseguirmos a sonhada melhora no nosso quadro Educacional?

Não podemos simplesmente copiar tais modelos e esperar que os resultados apareçam. Esses modelos foram adotados há mais de 50 anos e são adaptados ano após ano. No Brasil, a escola é a instituição que menos mudou nos últimos 50 anos. Outra questão inquietante é para onde vai tanto dinheiro, sendo que nossos professores recebem um salário indigno e nossas escolas não tem estrutura? A resposta é a mesma para a maioria das mazelas do país: Corrupção. A corrupção, como em quase todas as áreas, está tão escancarada que já nos acostumamos (O mesmo exemplo serve para a violência).

O Brasil tem dimensões continentais e diferenças sociais inimagináveis nos países desenvolvidos com grande índice de Educação.O processo de excelência em Educação é extremamente longo, políticas aplicadas no campo da Educação só mostraram resultados mensuráveis após muitos anos de trabalho. Como em nosso país a sociedade não debate e muito menos cobra resultados, a corrupção acabou se tornando o destino dos investimentos. Hoje, no Brasil, até máfia de merenda existe.

A Educação é vista hoje como moeda de troca. Estuda-se simplesmente para conseguir um diploma. A Educação não é vista como um Valor – como a Família ou a Fé – estudamos para ingressar no mercado de trabalho. Talvez esteja aí à grande diferença entre nós e os países com altos índices de Educação – lá se estuda para a vida, o conhecimento é visto como um grande “Bem” que melhora as expectativas de crescimento humano.

A questão da Educação incomoda no Brasil, simplesmente não à discutimos. Não temos profissionais gestores de educação, nas escolas os diretores, em sua maioria, são indicações políticas.

Diante de tantos problemas, como podemos melhorar nossa escola hoje, com os recursos disponíveis? Um ótimo começo seria rever a condição do professor brasileiro. Precisamos pagar salários atraentes para despertar o interesse nos melhores. A criação de um plano de carreira transparente com a meritocracia como carro-chefe é uma opção que estimularia o jovem à ingressar na carreira docente. Não podemos esquecer que o processo de Educação passa pela questão dos valores: Educação começa no lar e é passado de pai para filho, como nossa população tem hoje baixo nível de escolaridade, precisamos criar uma geração com bons níveis educacionais e a partir daí começar a obter resultados – o que torna o processo longo.

Embora os caminhos para a melhora da Educação trafeguem a questão financeira, me parece não ser o dinheiro nosso maior problema. Está na constituição que toda cidadão tem direito a Educação e, sobretudo, nós pagamos para isso. Cabe a sociedade cobrar os órgãos responsáveis Educação de qualidade, se uma criança com 8 anos (com raras exceções) não sabe ler e escrever é porque há algo de errado na escola. A participação dos pais é essencial. É preciso cobrar a diretora, os professores, todos os envolvidos no processo e não se iludir com transporte e merenda. O foco na escola deve ser o ensino. Outra questão é a burocracia, na maioria dos casos diretores despendem muito tempo com questões administrativas em detrimento das pedagógicas.

Um melhor aproveitamento do professor na sala de aula é, sem dúvida, uma medida que pode trazer resultados em curto prazo. A prescrição da tradicional tarefa de casa ainda é receita infalível no aprendizado. A cobrança de resultados dos professores também é importante. Apesar dos baixos salários, o professor é um profissional que é pago para desenvolver uma função e deve ser cobrado por isso. Esse senso-comum, que o professor é um coitado, abri um perigoso caminho para profissionais desinteressados.

A Educação é uma questão fundamental na pretensão do país de se tornar um lugar mais justo e digno e a sociedade tem papel indispensável nesse processo, sem pressão da sociedade, a Educação vai continuar sendo tratada como simples moeda de troca. Nos próximos 6 anos o Brasil vai receber grandes investimentos, é uma oportunidade para revermos os caminhos da Educação e construir um país com melhor distribuição de renda onde a população tenha acesso à Educação de qualidade.

sábado, 9 de outubro de 2010

Eleição 2010 e a falta de propostas

A polarização PT/PSDB se fez valer mais uma vez. No segundo turno teremos o embate entre tucanos e petistas, algo que vem se repetindo pelas últimas 4 eleições presidenciais, ou seja, são quase 20 anos com apenas 2 partidos no poder.

A campanha que os trouxeram até aqui se mostrou incapaz de apresentar alternativas e propostas para os próximos 4 anos. Dilma e Serra, seguindo seus gurus marketeiros, investem em questões polêmicas – o aborto parece ser a bola da vez – e as principais mazelas da população são escanteadas. O continuísmo, proposto por Dilma, destaca o desempenho favorável da economia Tupiniquim. No entanto, os erros estratégicos e o grande número de denúncias de corrupção são negligenciados, como se o atual governo fosse um exemplo de competência em todas as áreas. Sabemos que não. Serra não fica distante e se aliena em busca de votos, fazendo alianças com qualquer um que possa angariar votos à sua candidatura. O tucano, que busca repetir FHC, parece esquecer que está enfrentando uma candidata apoiada por um governo com algo em torno de 80% de aprovação. Ter uma agenda definida com propostas – contra o continuísmo – é o mínimo que se espera de um candidato de oposição. O tucano ainda não entendeu que só está no segundo turno devido à onda verde que atende pelo nome de Marina Silva, e que se realmente pretende virar o jogo nas urnas, precisa definir metas de campanha e deixar de “esconder” seu principal trunfo: o ex-presidente FHC.

Enquanto isso a imprensa brasileira grita e esperneia para quem quiser ouvir que Lula é ditador e o compara a Mussolini. O Estadão, em editorial, declarou apoio à Serra em nome da democracia e do direito de imprensa livre. O mesmo Estadão dispensou articulista por escrever coluna contando os pontos favoráveis do programa Bolsa Família. Trocando em miúdos: dependendo do lado do balcão, democracia e liberdade de imprensa são indispensáveis.

Com a campanha em pleno curso, só nos resta esperar a definição de Marina Silva – a candidata verde surge como fiel da balança. Os candidatos devem se ocupar em debater propostas de governo para o próximo mandato e deixar de lado as estratégias marketeiras que faz dessa eleição um mero concurso de popularidade.